Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2018

APENAS O EVANGELHO E NADA MAIS QUE O EVANGELHO

José Régio tem um poema que me revejo cada vez mais nele. “Não vou por aí”. Confesso que esta é a declaração que faço para alguns que se dizem líderes religiosos, mas que não passam de comerciantes da fé. É impressionante o marketing que é feito e como há gente que aceita e segue os que se apresentam com títulos, ou até mesmo, que rasgaram o título e desejam apenas ser tratados por seus próprios nomes. Não vou por aí. Não sigo ideias malucas e promessas de prosperidade, onde apenas os líderes enriquecem, e o simples membro continua com sua vida regrada, apertada, para não dizer com a corda no pescoço. Não dá para seguir quem promete bênçãos e vende a fé e viaja em jato privado que está no nome da igreja ou de uma instituição, mas o membro comum não tem o direito de sequer entrar no tal avião que afinal, é da instituição que ele é membro e sendo assim, também um dos que tem direito de usufruir de tal bem. Não vou por aí e não tem como ir. Não dá para seguir líderes que tentam de

QUANDO A MORTE CHEGAR

Quando a morte chegar Quando a morte chegar, há de me encontrar de braços abertos. Talvez eu esteja fragilizado, desgastado pelo tempo ou quem sabe acamado, não sei, mas uma coisa tenho certeza, ela vai chegar e será aceita, até porque chegará na hora certa. Se assim é, devemos voltar a falar sobre ela, pois o “progresso tendeu inevitavelmente a marginalizar a morte.” (Grillo, 2016). Não desejo evitar falar sobre ela, até porque a morte nos ensina a viver. Quando a morte chegar, virá declarando que eu vivi e quero que ela chegue quando eu estiver rodeado por aqueles que me são importantes. Não quero que ela me encontre só. Walter Oswald (Osswald, 2013) diz: “Morrer sozinho, separado por cortinas dos companheiros de enfermaria, sem apoio nem consolo não pode ser considerado resposta ao desejo de uma boa morte.” Portanto, que quero que ela me encontre cercada por aqueles que eu amo e que me amam. Quero que seja estilo Jacó, abençoando filhos e depois recolhendo-se e partindo

TERAPEUTICAMENTE FALANDO

Escrevo e descrevo sobre as coisas comuns da vida. Falo da minha realidade. Transcrevo as minhas emoções e sentimentos. Extravaso o que vai no meu ser. Converso comigo, sobre os meus dilemas, minhas dores, meus anseios e temores. Escrevo de mim para mim e sobre mim. Escrevo lavando a alma. Desafogando-me, desaguando no texto. Simplesmente deixo-me ir, livre, sem amarras. Sigo mergulhado em mim e o que brota de mim, é muito mais do que um simples texto, é a essência de quem eu sou, porque para escrever é fundamental fazê-la com a sua alma, cheio de emoção e sentimento e é assim que eu escrevo e me descrevo. Escrevo sobre tudo. Verso sobre a vida. Sigo livre e deixo-me levar. Sei que há momentos que parecem de profunda loucura, mas o mundo pertence aos loucos, pois só os loucos são livres e felizes. É na minha “loucura”, no descrever e transcrever o que vai no meu ser que os outros podem me perceber, mas transformam meus textos em seus, encontram semelhanças com sua própria hi

COMO DESTRUIR OS FILHOS

Filhos são um desafio. Eles são o grande investimento que alguém pode fazer. São a nossa continuidade e extensão do nosso ser. Filhos são um projeto de vida e para toda vida. O poeta Vinícius de Moraes escreveu: “Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-los? Se não os temos Que de consulta Quanto silêncio Como os queremos!” [1] Filhos são desejados, sonhados e amados. Filhos são o maior investimento que podemos fazer, mas filhos são um desafio para cada um de nós. Pensando no poema de Vinícius vejo as declarações de Bauman (Bauman, 2006) que diz: “Os filhos estão entre as aquisições mais caras que o consumidor médio pode fazer ao longo de toda a sua vida. (…) ter filhos é, na nossa época, uma questão de decisão, não um acidente - o que aumenta   a ansiedade. Tê-los ou não é, comprovadamente, a decisão de maior alcance e com maiores consequências que existe e, portanto, também a mais angustiante e stressante. Ter filhos significa avali

DESTRUINDO AS RELAÇÕES

Somos seres sociais, criados para viver em comunidade. A nossa vida é relacional. Criamos laços e nos conectamos com as pessoas. Elas tornam-se importantes para nós, mas também reconhecemos que muitas relações se partem, são destruídas no percurso da vida. Entretanto, seria muito bom se pudéssemos viver, mesmo tendo divergências, sem que as relações fossem destruídas. O que faz com que nossas relações sejam destruídas? A primeira razão para que nossas relações sejam destruídas é querer fazer valer à nossa própria vontade, o nosso desejo. O que eu penso, o que eu digo e o que eu quero é o que conta e não interessa o que os outros pensam ou desejam. Vivemos uma realidade em que diz: “seja feita a minha vontade”. Esta mentalidade é destruidora de relacionamentos. Querer que sua vontade seja feita demonstra uma atitude egoísta. Sim, o egoísmo faz com que as relações sejam destruídas. Ela o faz porque não respeita o direito do outro. Na verdade, ela não respeita o outro e se, não

O JOGO DA VIDA

Não existem vencedores antecipados. Não há campeões por causa de sua tradição. Não se ganha alimentando o ego e a vaidade. Não é possível se tornar um vencedor envolvido em várias campanhas. A vitória só é possível através de muita dedicação e esforço. É fundamental manter o foco. Quem deseja ser um vencedor necessita se esforçar. Precisa treinar arduamente. É necessário abdicar de uma série de coisas para poder estar bem preparado. Torna-se fundamental ter equilíbrio e acima de tudo, cuidado com o ser, pois não é apenas o esforço físico, mas também uma alimentação correta, seu psicológico e o emocional. Tudo isto faz parte do esforço para que a pessoa se torne um vencedor. É preciso preparo e determinação. É também necessário ter uma estratégia, uma tática de treino e de jogo. Não basta saber na teoria. Não basta ser o melhor, é preciso mostrar que se é na competição. Já diz a Escritura que o orgulho precede a queda (Pv 16.18). Na competição da vida, no jogo existencial o maio

SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS

Uma das frases mais batidas sobre o futebol é: Futebol não tem lógica. Contudo, diante da imprevisibilidade que é o futebol, devemos assumir que a falta de lógica não rompe com o peso da tradição. Tradição sim, pois quando olhamos para a “Copa do Mundo” percebemos que apenas oito países são detentores do título de campeão mundial. Foi assim, que ontem vi ressurgir a Argentina. Era um time apático, sem graça e sem futebol, mas quando chegou o momento decisivo o peso da tradição se fez valer. Não apenas isto, a determinação, a garra de uma seleção em que os jogadores se tornaram torcedores e deixaram a alma em campo. Algumas coisas me chamaram a atenção no jogo da Argentina. A primeira delas é o valor da liderança. No túnel, apareceu Messi falando com os outros jogadores, chamando a responsabilidade e mostrando que não poderiam desistir. Messi mostrou não apenas ser o craque, pois até aqui, ainda não brilhou como tal, mas se mostrou líder com capacidade de unir os companheiros

A DESUMANIZAÇÃO DO SER HUMANO

O ser humano é mal. A sua crueldade parece não ter limite. Aliás, o que se vê é a desumanização generalizada. Ama-se coisas e despreza-se o semelhante. Vive-se hipocritamente o politicamente correto, sem que se tenha coragem de lutar pelo correto e fazer valer o que é direito. A desumanização fica clara, quando lemos os jornais e assistimos aos telejornais. As notícias dos refugiados que são impedidos de entrar em determinados países, dos imigrantes que são presos e suas famílias totalmente separadas. Não há direitos humanos e humanos direitos. Os mais fortes se julgam no direito de violar os estatutos por eles criados. É fundamental recordar o documento assinado em 1948, pelas Nações Unidas, e que ficou conhecido como Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas onde estão estes direitos? A violência grassa e o tratamento desigual é cada vez maior. Nega-se o direito de igualdade e mostra-se acintosamente que nem todos têm direitos e que, há um grupo que é tratado como subhum

DO VIVER E DO MORRER

A vida é para ser desfrutada. É essencial viver com prazer e desfrutar do prazer que a vida oferece. A vida é para ser vivida ao lado de quem amamos e devemos desfrutar da vida com prazer e alegria, pois esta é a recompensa que temos de todo o trabalho que realizamos. A viva é para ser partilhada e partilhada ao lado daqueles que amamos. É preciso aprender a valorizar cada momento e torna-se fundamental aprender a viver e por o foco no que realmente importa. É urgente pararmos para reavaliarmos a vida e o nosso modo de vida. Urge ir a um hospital, a um velório e ali aquietar e redefinir a maneira como estamos vivendo a nossa vida. A Escritura diz que é melhor ir na casa onde há o luto, pois é nela que vemos o que nos aguarda. A morte nos ensina a viver, ela redireciona os nossas valores. A verdade é que: “A morte nos coloca irremediavelmente diante do mistério da vida. Nos impõe o silêncio, e o silêncio vazio e este vazio conduz a uma reflexão inevitável. E assim de alguma maneir

ENCONTROS E DESPEDIDAS

A vida se constitui de idas e vindas. Ela se realiza nas chegadas e partidas. O abraço que celebra a alegria da chegada é o prenúncio do abraço e da dor da despedida. A despedida é inevitável. Despedir-se de quem se ama sempre é doloroso. Deixar o outro ir custa-nos e quem parte, leva muito de nós e deixa muito de si conosco. Já dizia Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Nossos encontros são momentos de partilha. Neles celebramos a vida em toda a sua plenitude. Alegria e tristeza. Amor e ódio e não adianta tentar negar, pois isto é factual. Nossos encontros são celebrados e quando amamos, desejamos o reencontro. Contudo, a nossa vida se faz de mudanças constantes. Ela é feita de imprevistos e não adianta traçarmos um rumo, pensando que tudo vai ser como planejamos, pois não há segurança e certeza em nossa rota. O abraço da chegada é o prenúncio da despedida. As mudanças e as partidas são reais e dolorosas, mas t

O JUSTO CUIDA DOS SEUS ANIMAIS

Somos seres com sentimentos e emoções. Portanto, não devemos ter medo de expressar o que vai em nosso ser. É natural e normal sentir as nossas emoções e diante das circunstâncias da vida manifestá-las. Fomos criados com sentimentos e emoções para que pudéssemos expressá-las e mostrar o que vai em nosso ser. Uma pessoa saudável é aquela que aprende a compreender-se e a lidar com seus sentimentos e emoções. É uma pessoa que sabe expressar o que vai sem seu ser. Este é o grande desafio que enfrentamos. O mais complicado é assumir a nossa dor e o nosso sofrimento. Isto acontece, porque somos criados e educados para sermos fortes, não podemos manifestar fraqueza e neste embrutecimento, acabamos nos desumanizando e quando isto acontece, sufocamos e engolimos as nossas emoções. Contudo, elas precisam ser vividas e vividas de maneira correta. É fundamental aprendermos a expressar nossos sentimentos e emoções. Eles existem para que possamos expressá-los em nossas experiências de vida.  

ESTEJA PRESENTE

Recentemente, vi a foto de um funeral. Era uma foto triste, não apenas por ser de um funeral, mas porque mostrava a dura realidade da falta de sensibilidade ou até mesmo da hipocrisia humana. A sala estava vazia, sem ninguém, mas cheia de flores. Qual o sentido? Lembrei do meu velho pai, que sempre nos dizia que as homenagens deveriam ser feitas em vida e eu vou mais além, se desejarem, me oferecer flores, façam-no agora que posso apreciá-las e desfrutar do perfume das mesmas. Quando lembro da foto deparo-me com as seguintes realidades: A pessoa que jazia naquele caixão pode ter sido um empresário “bem-sucedido”, mas foi um fracassado nas suas relações humanas. Não havia nenhum parente presente, não tinha amigos. Portanto, é de concluir que morreu só e se morreu só, foi porque investiu no ter e não no ser. Quem investe no ter valoriza as coisas e coisifica pessoas. Entretanto, é preciso valorizar pessoas, investir em relacionamentos e usar coisas. É bom lembrar as palavras de

RECORDAR É VIVER

Vida e morte fazem parte da mesma moeda. Elas fazem parte da nossa existência. É preciso saber viver para que ao morrer, a partida seja serena e seja o que deveria ser. Morrer faz parte da vida e a morte não deve ser temida. É preciso encarar a morte e o morrer pois a morte ensina a viver. A Escritura diz que é melhor é ir à casa onde há luto. A morte ensina-nos a viver. Vivemos apenas uma vez, mas é preciso saber viver. É preciso entender que chega um momento onde teremos de dizer adeus. A morte chega e rouba-nos aqueles que amamos. Ela rouba-nos não apenas a pessoa, mas rouba sonhos e desejos. Ela é dolorosa e angustiante, mas “no passado, mesmo sendo dolorosa ela era vivida em família e respeitada. Com o passar dos tempos, com o avanço da ciência ela passou a ser reprimida e escondida. É verdade que, morre-se menos; e, sendo mais pequenas as famílias, torna-se menos aparente a morte. Por isso, é frequente chegar-se à idade adulta, ter construído família e não se ter experime

DOMANDO A FERA

Somos seres relacionais. Somos seres sociais e co-dependentes uns dos outros. O fato é que nos percebemos quando estamos diante uns dos outros. Nos humanizamos através da relação Eu-Tu. É onde nos percebemos enquanto seres humanos e iguais. Nossas relações são fundamentadas na reciprocidade. Como afirma Matin Buber: “As relações são realizações do Tu inato naquele que vem ao nosso encontro; que este, concebido como o que nos faceia, aceite como exclusivo, possa enfim ser solicitado com a palavra fundamental, tem seu alicerce no a priori da relação.” Somos seres relacionais e é assim que nos percebemos humanos. Somos seres relacionais e com vontade. E nos encontros, na relação é fundamental reciprocidade e respeito. Portanto, em nossas relações é essencial que aprendamos a arte da temperança ou do domínio-próprio. Nas nossas relações temos que aprender a dominarmo-nos e não ao outro. É fundamental que tenhamos temperança. Devemos ser pessoas com domínio-próprio. A ideia do grego p