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A mostrar mensagens de 2010

PERDÃO

Perdão Leia Lucas 23.34 Certa vez conversava com uma pessoa que me disse, que perdoava muito facilmente tudo o que lhe faziam. Disse-lhe que perdoar não é fácil. Perdoar é algo contra natura. Penso que ela não compreendeu minha linha de pensamento. Passado algum tempo, decidi pregar na igreja sobre as declarações de Jesus na cruz. Uma delas é uma súplica por perdão. É um pedido do Senhor Jesus ao Pai para que perdoe as pessoas, porque não sabem o que fazem. Naquele dia, vi nitidamente que a igreja compreendeu a dimensão do perdão. Lembro ter dito que o perdão é um acto de injustiça ao agredido e um acto de misericórdia ao agressor. Este é o problema, o perdão implica em abrir mão da justiça. Aceitar que o agressor se torne inocente. Perdoar nunca é fácil. É sempre doloroso. Sempre envolve cedência e anulação. Perdoar é trilhar uma estrada longa, que muitas vezes parece interminável. Alguém que muito amo admiro e que me tem influenciado na caminhada cristã, disse: “Não há perdão insta

DESPEDIDA

Chegou o momento que menos desejamos, mas que sabíamos que era inevitável. É a hora da despedida. É o momento do nosso regresso. É a coisa mais natural e normal da vida, mas a despedida traz consigo a saudade. Ela tem a capacidade de misturar a alegria e tristeza e assim mesmo transformar a dor vivida no momento em esperança do reencontro. Despedida é isto mesmo. É despir-nos. É tirar algo que está em nós. É desnudar-nos daqueles que amamos. É ter que ir e a ida dilacera-nos o coração, mesmo que tenhamos consciência de que é a coisa mais normal do mundo. A ida está envolta em emoção. É um momento de grande comoção. Aquela coisa que vem lá do fundo, que corta-nos a palavra, deixa-nos sem ar, sem vontade de falar. Despedida é ir nu. É regressar à normalidade da sua vida sem um pedaço de si mesmo. Diz-nos a canção que quem parte leva saudade de alguém que fica chorando de dor. Em nosso caso, levamos a saudade, mas também ficamos a chorar de dor. Levamos cada um no coração, sofrendo por nã

FELIZES PARA SEMPRE

Estou lá na frente, esperando pela entrada dos noivos. O salão está completamente lotado. A cerimónia não se realiza em uma igreja, mas sim, no salão nobre do Fluminense. Esta é uma cerimónia muito especial. Tão especial que nos trouxe ao Brasil. Deu-nos o privilégio de como família, reunirmo-nos com toda a nossa família, facto que não acontecia fazia quase vinte anos. Este casamento é especial por ser o casamento do meu primeiro sobrinho. Aquele menino traquina cresceu, e mostra-nos que, por mais que não queiramos o tempo passou e passou muito rápido. É, aquele moleque que chegou unindo a família, mais uma vez tem a capacidade de fazer isto. Seu casamento é muito mais do que apenas uma celebração de um casamento, pois esta celebração serve para reunir da família novamente. Ele é aglutinador. Thiago tem a capacidade unir o que fazia tempo estava separado. Não por causa de brigas, mas por causa da distância. Contudo, como diz Richard Bach, “longe é um lugar que não existe” e ali estávam

UM DIA INESQUECÍVEL

Acordamos cedo. Nos preparamos para ir visitar familiares que não víamos alguns anos. Família reunida, muita alegria, risadas, conversa para ser posta em dia. Em meu caso, com alguns havia um fosso de 20 anos. Sendo assim, havia muita coisa para ser falada. Quando chegamos, a alegria foi enorme. Rever parentes e conhecer outros que cresceram sem nunca os termos visto é um prazer enorme. Contudo, o encontro com o tio é interessante e marcado pela singeleza e simplicidade do que a vida pode oferecer. Caminhamos pelo sítio, vendo cada árvore, conhecendo cada recanto, ouvindo a explicação de quem se encanta e desfruta da beleza da natureza. Foi neste ambiente que para muitos parece ser o da mesmice, que tive que dar razão ao que escreveu Rubem Alves: “a semente é precisamente isto: a vida se recusando a ser a mesma; a vida sabendo que, para continuar viva, precisa deixar de ser o que era para vir a ser uma outra coisa. Se não houver a mistura de genes, se a planta quiser ficar sempre a mes

QUERO UM CANTO

Quero um canto, Quero-o cheio de encanto Quero-o alivianto meu pranto Quero-o neste momento. Quero um canto, Que venha cheio de sentimento Quero-o tanto Quero-o mostrando meu sofrimento. Quero um canto, Expressando minha saudade, Que, enquanto eu o canto, Regresso na idade. Quero o canto da vida, Que fale das experiências vividas Da dor e tristeza sofrida, Que exalte a alegria incontida. Quero um canto de amor, Que celebre nossa paixão, Que na tua ausência seja dor Dos nossos corpos, união. 31/08/10 22:07 - Viajando para Manaus Dedicado à minha mulher Lílian

O DIA SEGUINTE

Alegria Festa, contentamento. Todos em harmonia Celebração de casamento. Celebração do amor Momento de muita emoção Alegria misturada com a dor Dor do amadurecimento e separação. É momento de viver o luto, Vivê-lo num misto de alegria e tristeza, Ansiando a felicidade como fruto E a vida com toda a sua beleza. É momento da verdade, Na certeza do dever cumprido Desfrutar da felicidade Ao lado do marido Casa que fica vazia. Dor da despedida Envolto ao amor e alegria, Celebrando a vida. Tudo aconteceu de repente É duro o partir Mas, é preciso seguir em frente, É essencial continuar a sorrir. É saber que este instante de dor Fará brotar belos momentos Desfrutados na companhia do teu amor, Junto com os vossos netos. Dedicado à minha irmã Miriam Santos Barroca. 29/08/10 – Escrito no almoço em que toda a família estava reunida, no dia seguinte ao casamento do Thiago e Amanda.

SINFONIA

Acordo na madrugada, a garganta está seca. Já não estou acostumado a dormir com ar condicionado. Não sabia o que era ficar com esta sensação de secura na boca. Levanto-me, dirijo-me até a cozinha para beber um pouco de água e é neste momento que sou envolvido pela mais linda das sinfonias. Os pássaros todas a cantar, cada um com seu canto suave e belo. Eles exaltam o Criador, pelo seu cuidado e protecção. Recordei das palavras de Jesus que se tornaram imortais no evangelho de Mateus que diz: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt 6.26). Os pássaros exultam o sustento diário que é provido pelo Senhor. Eu fico vislumbrado, porque já não estou acostumado ao canto dos pássaros amazónicos. Na realidade, esta sinfonia de louvor, realizada pelos pássaros demonstra aquilo que o salmista havia escrito “Até o pardal encontrou casa, e andorinha ninho para si e para sua pr

NÃO FALTA NINGUÉM

Família reunida. Momento de extrema alegria. Juntos, comentávamos sobre a noite anterior. Ainda vivíamos os momentos alegres da festa do casamento. Entretanto, naquela mesa estava faltando ele, quer dizer, faltava ela, ou melhor dizendo estava faltando eles, mas eles? Creio que naquela mesa faltava o casal, mas o uno que se formou. Nós celebrávamos como família o nosso reencontro, depois de dezessete anos sem nos vermos, mas só o celebrávamos por causa da celebração do casamento deles. Reencontrar pessoas queridas e amadas é sempre bom. Conhecer sobrinhos e ver os primos a desfrutarem de momentos únicos não tem preço. Viver estes momentos, faz com que olhemos para a vida com outros olhos. Ter a oportunidade de desfrutar desta experiência única e irrepetível nos mostra que a família foi, é e será a célula mater da sociedade. Desfrutar daquele rodízio é muito mais do que desfrutar de uma simples refeição. Poder desfrutar daquele momento é poder olhar para trás e recordar o que foi dia no

A TEMPESTADE

Mateus 8.23-27 Sou amazonense e sendo assim, cresci divertindo-me a tomar banho de chuva. Cresci apreciando as trovadas e os relâmpagos que rasgavam os céus de Manaus. Uma das coisas que recordo-me desta época é que os mais velhos tinham medo da chuva. Alguns diziam para tapar os espelhos e evitarmos coisas de metal. Os discípulos de Jesus eram homens acostumados às tempestades, mas houve um determinado momento em que eles temeram. Eles pensaram que estavam sucumbindo à tempestade que havia se levantado. Eles buscam auxílio em Jesus. Este relato é fantástico. Já ouvi muitas reflexões neste texto. Mas ao olhar para ele hoje, aprendo o seguinte: Há momentos na vida que a nossa experiência não diz nada. O relato é magnífico e paradoxal. Os pescadores experientes encontram-se impotentes diante da tempestade que se levanta sobre o mar e precisam pedir ajuda ao carpinteiro. Quantas vezes, na nossa arrogância descobrimos que aquilo que pensamos saber vai revelar-se uma grande frustração e mos

SEJA VOCÊ MESMO

Mateus 21.1-10 Sou amante do futebol. Gosto de ver uma boa partida e de preferência que minha equipa ganhe, mas nem sempre é assim. Há derrotas que precisam ser encaradas e muitas vezes, quando enfrentamos as derrotas, temos que enfrentar também as críticas. Certo treinador de futebol certa vez afirmou que “no futebol passamos de bestiais para bestas de um momento para o outro”. Creio que assim também acontece na nossa vida diária. Quando olho para o relato de Mateus sobre a entrada triunfal de Jesus, tenho consciência da realidade da declaração feita pelo treinador. Diante deste quadro eu aprendo o seguinte: Não se deixe seduzir pela glória aparente. Jesus esta chegando à Jerusalém. O povo faz uma grande festa. Todos à sua volta. Eles exaltam e celebram-no. Estão tratando-O como uma grande celebridade. O povo reconhece que Jesus vem em nome do Senhor. Enchem-no de glória. Cantam a celebrar e a louvar a Deus por sua presença ali. Mas Jesus não se deixa seduzir pela glória aparente, poi

O valor do perdão

João 21.15-23 Qual seria nossa atitude diante de alguém que nos traiu e abandonou? Será que teríamos a coragem de alimentar o traidor? Será que o receberíamos e acolheríamos novamente? A traição é algo terrível. Só quem a viveu sabe o peso da humilhação e dor que ela provoca. Jesus viveu toda esta realidade. Foi traído e abandonado por seus amigos. Contudo, o Mestre nos ensina que é possível seguir adiante sem se deixar vencer pelas tragédias da vida. É interessante olhar para o reencontro de Jesus com seus discípulos, e ver como o Senhor lidou com a situação e o desafio que Ele nos apresenta. Quando leio este texto aprendo o seguinte: O perdão restaura as relações e a confiança e permite começar novamente. Jesus preparou um peixe assado na brasa para os discípulos (pena que não era um bom tambaqui), e ali à volta da fogueira, Ele concede a oportunidade de Pedro ser restaurado. É fantástico olhar para o texto e não encontrar nenhuma acusação por parte de Jesus. Depois das respostas de

Uma nova oportunidade

João 8.1-11 A mulher é apanhada em flagrante adultério. Uma situação muito constrangedora. Ela é levada para o templo e apresentada diante de todos. O clima é tenso e vergonhoso para a mulher. Os líderes religiosos, astutos vêem nesta situação uma oportunidade para por em causa os ensinamentos de Jesus e terem algo para o acusar. Eles dizem o quê diz a Lei e questionam Jesus para saber o que Ele tem a dizer sobre a situação. É interessante ver a postura de Jesus e a sua atitude. Gosto de imaginar a situação. João narra que Jesus está no templo e creio que deveria ter muita gente à sua volta. Os religiosos chegam com a mulher, interrompem o Senhor Jesus e falam com toda a arrogância do mundo. Eles desejam a destruição de Jesus e terão uma grande surpresa. Gosto do modo como João narra-nos o texto, pois ele diz que é uma mulher. Ele preserva sua dignidade. Ele não permite que ela tenha seu nome conotado com uma situação vexatória. Creio que precisamos aprender a preservar a imagem das pe