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A mostrar mensagens de 2008

UMA HISTÓRIA INACABADA

Joana continua a conduzir e o faz na certeza de que irá encontrar-se com o marido. Ela segue o seu caminho. A chuva continua caindo lentamente. A música termina e ouve-se a voz de Raul novamente. Agora ele surge anunciando que o programa está a chegar ao fim. Agradece a todos os ouvintes pelo tempo que passaram juntos. Márcia também fala e agradece aos ouvintes e também à equipa técnica. Fica no ar a sensação que o programa irá terminar de modo incompleto. Há um vazio, pois como é que um programa que narra um percurso de vida termine assim, na noite de núpcias? Os ouvintes sentem que falta algo, mas sabem que quando os dois agradecem por terem estado com eles significa que o programa chegou ao fim e virá o próximo programa. A própria Joana acha a situação estranha, mas neste momento o seu único desejo é chegar ao local de trabalho para encontrar-se com o seu amado. - Joana, estás a pensar que o programa termina assim? Achas que não há mais nada para ser dito? Márcia ainda temos algo pa

FRUSTRAÇÃO

A música toca suavemente na rádio. Joana se deixa levar pelas músicas. Neste momento, ela lembra-se que tem consigo o seu telemóvel e sendo assim, pode ligar para o esposo e agradecer a tão bela declaração de amor. Mais uma vez Joana abranda a velocidade do seu carro, pega o telemóvel para poder fazer a chamada para o marido. Ela disca o número embalada pela música que toca ao fundo. Ela quer dizer-lhe o quanto o ama e também agradecer por tão grande demonstração de amor. O telemóvel do marido chama, toca várias vezes e ele não atende. Ela fica preocupada, pois ele sempre atende suas chamadas. Será que aconteceu alguma coisa? Ela também fica a imaginar que ele não deseja atender a chamada porque pensa que ela irá reclamar por causa do programa, pois ele bem sabe o quanto ela é tímida e que não gosta de ser exposta desta maneira. Também pode ser que ele não queira atender porque passou muito tempo e só agora ela está a telefonar-lhe. A chamada vai para a caixa de mensagens. Ela desliga

O GRANDE DIA!

O tempo não para. Não temos como detê-lo e por isso, o programa avança e caminha contra o tempo. Contudo, ainda existem declarações que irão ser feitas, e é preciso correr contra o tempo para que fique bem. O programa foi elaborado para o tempo certo. Eles têm certeza que Joana conseguirá ouvir tudo o que foi elaborado para ela. Além do mais, ainda houve o acidente na estrada que fez com que o trânsito ficasse muito lento e assim sendo, eles ganharam tempo e tinham certeza que Joana escutaria todo o programa. Os apresentadores Raul e Márcia estão felizes pela qualidade do programa. Eles estão exultantes porque são dois românticos e partilham destas ideias. Enquanto as músicas são apresentadas, eles conversam no estúdio, riem e recordam das suas próprias vidas e cada um olha para sua própria relação. O programa que eles apresentam os faz reflectir e pensar sobre suas próprias vidas. Não é apenas um programa de entretenimento, mas acima de tudo, uma chamada de atenção para o modo como se

COMEÇAR DE NOVO

Joana estamos a estoirar o tempo do nosso programa, mas fomos autorizados. Portanto, se ultrapassarmos e com certeza ultrapassaremos, é por uma boa causa. Continuemos a falar da tua caminhada com o Márcio. Desculpa, será melhor dizer da caminhada trilhada pelo Márcio contigo e em busca de ti. Recordemos também o que tu disseste depois de voltares a namorar com o Márcio. Lembras-te quando falaste que namoraste com aquele outro rapaz, mas no fundo pensavas mesmo era no Márcio. Pois é, vamos escutar uma música que fala dessa realidade e do facto de vocês reatarem o vosso namoro. As músicas que se seguem são cantadas por Roberto Carlos e Ivan Lins respectivamente. A primeira canção chama-se “Detalhes” e fala da realidade de tu não o teres esquecido. Mostra que ainda lembravas do toque dele. Ninguém conseguia substituir a imagem e o jeito como ele te afagava. A segunda música celebra o reinício do namoro de vocês. Fala que valeu a pena a espera e o facto do Márcio não ter te esquecido. O re

DOR

Joana, falei da maior tristeza que o Márcio experimentou. Esta tristeza foi por causa do rompimento de vocês. A vida ficou sem graça, sem sentido. Márcio ficou desorientado. Por um lado corria atrás de ti, pois reconhecia que tu eras a mulher da vida dele. Queria passar a vida contigo. Entretanto, por outro, entregou-se completamente às loucuras da vida. Não havia limites para ele. Vivendo nesta dualidade, Márcio estava a ficar completamente destruído. Este foi um tempo de muita dor. O estar separado de ti, não poder abraçar-te e beijar-te era terrível. Ele sofria calado. Por mais que insistisse, tentasse que vocês voltassem a namorar, tu não cedias. Permanecias irredutível a dizer que não havia possibilidade de vocês reatarem namoro. Contudo, ele não desistia, procurava-te, lutava para ter-te de volta. Contudo, em seu sofrimento por causa da tua irredutibilidade, sua dor aumentava. O sofrimento era atroz e na tentativa insana de aliviar o sofrimento entregava-se a outros braços a imag

TRISTEZA

O programa está a ser agradável. Os carros circulam lentamente por causa do acidente que ocorreu na estrada. Entretanto, o programa deve prosseguir e já está pela metade. O que será dito ainda? Joana que saiu de casa a pensar que seria mais um dia. Que tudo seria a mesma coisa. Que a rotina seria a mesma, viu-se surpreendida pelo que o seu marido fez. Ela está a viver um turbilhão de emoções, mas está longe de chegar ao fim, pois ainda há muito para ser dito. Ela não faz a mínima ideia do que virá, mas o apresentador sabe e dirá não somente a ela, mas a todos os ouvintes da rádio. Joana está preocupada por ver a hora passar e praticamente permanecer no mesmo lugar. Ela não gosta de chegar atrasada, mas o acidente que aconteceu veio atrapalhar tudo. Será impossível para ela chegar no seu local de trabalho na hora certa. Isto faz com que ela fique angustiada, pois é cumpridora de todos os seus compromissos e horários. Joana está preocupada. Na sua preocupação, ela liga para o seu trabalh

ENCONTRO E DESENCONTROS

O carro segue lentamente, mas a cabeça de Joana está aceleradíssima. Tudo o que está a ser dito ali é verdade. Cada momento foi vivido com alegria e intensidade. De facto, ela pensava que Márcio não lembrava nada mais daquilo. Contudo, ela havia esquecido que há uma diferença entre lembrar e recordar como afirmava o filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard: Recordar-se não é o mesmo que lembrar-se; não são de maneira nenhuma idênticos. A gente pode muito bem lembrar-se de um evento, rememorá-lo com todos os pormenores, sem por isso dele ter recordação. Joana não havia percebido que Márcio recordava de todos aqueles momentos, pois eles eram importantíssimos para ele. Representavam muito para a sua vida. Contudo, enquanto o carro seguia lentamente, a mente de Joana corria pela memória e lembrava dos bons momentos que estavam a ser narrados ali no programa. Todos eles eram verdade, mas faltavam os momentos complicados que os dois passaram juntos. Na mente de Joana, Márcio falava apenas dos

REACÇÕES

O trânsito segue lentamente. E por incrível que pareça, Joana perdeu a vontade de que ele flua com normalidade. Ela perdeu a pressa de chegar ao trabalho. Ela deseja que esse momento não acabe, pois está a reviver tanta coisa num momento tão especial que não há como explicar. Ela está a conduzir o carro e as lágrimas correm-lhe pela face, mas mesmo a chorar ela também sorrir. Hoje nada fará com que ele fique triste. É tudo alegria, pois viu que seu marido ainda a ama como a amava desde o princípio. Mais uma vez os carros são obrigados a parar. Joana olha para o lado e vê o volvo v50 preto que todas as manhãs passa por ela. É o carro que ela deseja ter. Contudo, hoje ela não olha para o carro, mas para as pessoas que estão dentro dele. Há um casal, ele moreno, aparentando ter uns trinta e cinco anos. A companheira branca, cabelos compridos, castanhos e deve andar pela casa dos trinta. Eles estão a rir e ela fica a olhar e percebe que estão a conversar alegremente. Ela nota que eles tamb

CAMINHANDO

Estou de volta Joana e sinceramente, espero que estejas a gostar desta programação, do mesmo modo que nós estamos a gostar de realizá-lo. Este programa que é dedicado a ti. Tenho que dizer-te, que há muitas pessoas encantadas com o que teu marido fez. Muitos homens ficaram a pensar porque não foram eles a terem uma ideia assim, inclusive eu. Mas vamos deixar a conversa e voltemos ao que é importante. O que importa é o programa que temos para realizar e hoje toda a temática dele é dirigida em especial para ti. Lembra-te da época em que namoravas com o Márcio? Quantas coisas maravilhosas foram vividas juntos. Quanta cumplicidade! Vocês estavam a caminhar lado a lado. Estavam a construir a vossa relação, mas não queriam seguir paralelamente, pois as paralelas não se encontram. Vocês decidiram caminhar juntos, construir um futuro juntos e não cada um o seu. Houve ousadia de sonhar o mesmo sonho e este sonho veio a concretizar-se e o resultado do mesmo é a vossa união. Mas, voltemos ao temp

INTERVALO

Assim que começou o intervalo e o locutor virou-se às pessoas que estavam ali no estúdio a realizar o programa juntamente com ele, teve iniciou um diálogo entre eles por causa do programa que estavam a realizar. Que ideia fabulosa que este gajo teve para homenagear a esposa! Algo simples, mas altamente. Mostra muita sensibilidade. Se achas esta forma tão extraordinária porque não aproveitas para fazer uma declaração assim para a tua mulher? Presta a atenção! Minha mulher ouve todos os dias o programa que eu faço. É uma pessoa que me ajuda imenso. Faz críticas fabulosas para eu melhorar e imagina agora depois deste programa eu preparar algo assim para ela. Vai soar a falso, sem originalidade. E daí? Fazes a homenagem na mesma. Eu não faço uma coisa dessas. Se a minha Maria quiser, dê-se por satisfeita com os beijos que eu lhe dou e mais nada. Isto já é uma grande declaração de amor. Sem falar que temos que ficar a ouvir os queixumes delas. Quer saber, não estou virado para estas atitude

SURPRESA

Parecia ser mais um dia na vida de Joana. Ela já estava acostumada à sua rotina. Ela vivia dentro de uma filosofia Buarquiana de fazer todo dia tudo igual. Aquele parecia ser mais um dia vivido dentro daquela rotina. Ela acordou cedo, preparou o pequeno-almoço para si e para o marido. Arrumou-se para ir trabalhar como sempre fizera. O marido beijou-a como sempre a beijava. Ele seguiu numa direcção e ela em outra. Eles já sabiam que teriam que pegar um trânsito infernal. O congestionamento já fazia parte da vida deles. Eles já estavam tão habituados que não ligavam para o tempo que perdiam ali parados enquanto aguardavam que os carros se movessem lentamente. Todos os dias, a mesma hora a ver as mesmas pessoas a viverem a mesma rotina. Era um dia frio. Chovia, mas a chuva era fina e persistente. Joana não sabia que este seria um dia totalmente diferente para ela. Ela não sabia que seria surpreendida pela positiva pelo marido. Isto parecia ser impossível de acontecer pois o relacionamento

INFORMAÇÃO

Tenho publicado textos variados aqui no meu blog. Entretanto, decidi que irei publicar meus contos. Já que não consigo publicá-los, irei disponibilizar a todos que por aqui passam as minhas histórias. Espero que gostem Abraços, Marcos

O Descortinar da Graça

Domingo é um dia especial. As famílias se reúnem para por a conversa em dia. É o dia dedicado à adoração a Deus. Neste dia paramos para reflectir sobre os ensinamentos do Senhor. Os líderes religiosos estão prontos para ministrar. Tudo o que estudara durante a semana vem à tona. É claro que todo bom líder deseja que as pessoas assimilem o ensinamento e sejam tocadas por aquelas palavras. Ele deseja que elas façam a diferença na vida dos seus liderados. Falando da minha realidade penso que pastor tem que manifestar graça. Ele prega a graça de Deus e deve vivenciá-la no seu dia-a-dia. Contudo, muitas vezes o pastor precisa aprender a lição da graça. Há situações em que se faz necessário aprender que a graça se manifesta onde menos esperamos. Eu vivi esta realidade. Eu encontrei a graça onde tudo o que eu via era desgraça. Eu olhei e vi um trapo humano. Meu desejo foi fugir, pois não queria ter contacto algum com aquele ser repugnante. Logo eu que tinha terminado de falar na igrej