Uma das frases mais batidas
sobre o futebol é: Futebol não tem lógica. Contudo, diante da imprevisibilidade
que é o futebol, devemos assumir que a falta de lógica não rompe com o peso da
tradição. Tradição sim, pois quando olhamos para a “Copa do Mundo” percebemos
que apenas oito países são detentores do título de campeão mundial.
Foi assim, que ontem vi
ressurgir a Argentina. Era um time apático, sem graça e sem futebol, mas quando
chegou o momento decisivo o peso da tradição se fez valer. Não apenas isto, a
determinação, a garra de uma seleção em que os jogadores se tornaram torcedores
e deixaram a alma em campo.
Algumas coisas me chamaram a
atenção no jogo da Argentina. A primeira delas é o valor da liderança. No
túnel, apareceu Messi falando com os outros jogadores, chamando a
responsabilidade e mostrando que não poderiam desistir. Messi mostrou não
apenas ser o craque, pois até aqui, ainda não brilhou como tal, mas se mostrou
líder com capacidade de unir os companheiros para um objetivo comum. Depois
vimos a garra e a entrega em campo dos jogadores.
Outro aspecto importante, que
impressionou a todos foi imagem de Mascherano com sangue na cara. Paixão e
entrega. Era o jogo de uma vida. O povo que até o momento questionava a seleção
argentina acabou por se render a ela. A imagem de Mascherano mostra que é
preciso entregar-se por completo, não dá para ficar brincando em campo. No
Túnel apareceram Messi e Mascherano e estes se tornaram os heróis do jogo. Um
torna-se o líder e chama a responsabilidade para si, o outro é o exemplo de
entrega e abnegação. Fica com o sangue estampado na cara e resiste até o fim.
Ferido, mas lutando por seu objetivo.
A argentina jogou sem brilho.
Não teve um futebol de encher os olhos. Mas suou a camisa. Jogou com amor. Os
jogadores entregaram-se e correram e era notório que, mesmo sendo
profissionais, estavam sem um estilo tático, pois o desejo era ganhar e para
isso, tinham que partir para cima. Muita determinação, muito suor, muito
esforço e entrega e o trabalho valeu à pena.
Por último e não menos
importante, as lágrimas. Jogadores abraçando-se, chorando e naquele momento,
tornando-se em uma equipe. Um time coeso. O que vi foi, sangue, suor e
lágrimas. O esforço sendo recompensado. A vitória sendo celebrada. A tradição
fazendo-se valer, mas não apenas o peso da tradição. Vi o esforço a entrega e a
determinação de uma seleção que não teve brilho, mas teve brio. Não teve
estrelismo, mas teve líder. Não se deixou abater, teve garra e lutou até o fim
e como recompensa, celebrou a vitória.
Pensando no jogo Argentina X
Nigéria, no resultado do mesmo, posso transpor para a realidade da vida e ver
que diante das crises, podemos até ficar temerosos, estar esmorecendo e sendo
acossados pelo medo, mas se houver um líder, alguém com visão e coragem a
história muda.
É fundamental defender nossos
princípios e valores. Entregarmo-nos com toda a força do nosso ser. Ir para
batalha. Precisamos sair com garra e motivados pela visão de um líder, mas
motivando outros.
É preciso celebrar a vitória,
mas entender que a vitória é de todos. O líder é apenas mais um dentro do grupo
vitorioso. E aqui, deixo a Argentina e lembro do pastor que foi visitar seus
irmãos e viu seu povo acossado, com medo e todos sem coragem de enfrentar o grande
adversário e o pequeno Davi, se encheu de coragem, motivou o povo e não apenas
matou o gigante, mas motivou os seus irmãos a lutarem e depois juntos
celebraram à vitória. Sendo assim, a própria Escritura nos diz que a vitória só
é possível se houver sangue, suor e lágrimas.
Não desista, continue na luta.
Entregue-se com afinco e siga o líder para que no final possa celebrar a
vitória da vida.
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