Este texto é resultado de uma palestra que realizei na turma do 8º ano, que é a turma da minha filha.
Foi uma experiência maravilhosa.
Espero e desejo que este pequeno texto possa elucidar algumas questões sobre a temática do luto.
Luto
Vamos falar sobre perdas. Elas fazem parte da nossa vida.
Em tudo há momentos de vitórias e derrotas. Na vida ganhamos e perdemos.
Vamos falar de desporto.
Nossa equipa está a decidir o campeonato. Imaginemos que nós somos um dos atletas. É o momento decisivo e este depende de nós. É a última oportunidade que temos. Fazemos a jogada, falhamos e perdemos.
Quais são os sentimentos que nos invadem? Como reagimos?
Raiva
Culpa
Tristeza
Dor
Expressamos nossas emoções e sentimentos.
Precisamos nos recompor e seguir adiante. Enfrentar o momento, deixar a raiva ou outro sentimento de lado e traçar o objectivo de seguir adiante com a vida. Este processo que vivemos é o nosso processo de luto.
É sobre isto que vamos falar por uns momentos.
O que é o luto?
Como o definimos?
O luto, do latim lugere (chorar), é a dor pela morte de uma pessoa querida: se manifesta com signos visíveis externos, comportamentos e rituais religiosos.
O luto pode ser definido como o conjunto de reacções emocionais, físicas, comportamentais e sociais que aparecem como resposta a uma perda – seja uma perda real ou fantasiosa (um “medo de perder”), seja pela perda por morte ou pela cessação/diminuição de uma função, possibilidade ou oportunidade.”
Luto é o preço que se paga por amar
Quais os tipos de luto que conhecemos?
• Evolutivos: Infância, puberdade, adolescência, emancipação, ninho vazio… os duelos evolutivos da infância, puberdade, adolescência e emancipação não são reconhecidos pelo adulto e não se tem em conta. A criança, o adolescente e o jovem se duelem muito com eles, mas o fazem, regra geral, em solidão.
• Afectivos: separações, divórcios, desprezos… Estes duelos geram muita dor nas crianças e as vezes são muito difíceis de serem elaborados
• Sociais: Os isolamentos sociais, a exclusão do grupo tem um alto significado para as crianças e adolescentes. Provocam muita dor, perda de auto-estima, raiva e medo. Como exemplo de duelos sociais que se dão nos adultos, podemos referir os câmbios de status, o desemprego e a jubilação.
• Pessoais: enfermidade, perda específica de funções laborais, envelhecimento, menopausa, perda de autonomia, desarraigamento.
• Por valores: Perda da fé, da confiança, perda dos ideais, frustração dos projectos…
Processos e as etapas de luto
1. Luto normal – É um processo lento que envolve o ser humano na sua totalidade. Um processo chamado normal é vivido num período que pode chegar a dois anos.
2. Luto antecipado – Ele é vivido pelo doente e por seus familiares. Este ajuda as pessoas a tomarem consciência de tudo o que está acontecendo, e ajuda as pessoas a libertarem seu estado de ânimo e a programarem o tempo ante a inevitável separação pela morte.
3. Luto retardado – Acontece com aquelas pessoas que assumem tudo e não mostram nenhuma emoção. Sua preocupação está em resolver tudo e ajudar os outros. Elas não permitem cuidar de si mesma. Mas uma pequena recordação pode fazer com que a porta seja aberta e a pessoa venha a viver o luto não vivido.
4. Luto crónico – É aquele luto que se arrasta durante anos.
5. Luto patológico – A pessoa necessita de ajuda profissional para viver esta realidade.
Existem quatro etapas no processo do luto. Estas são as seguintes:
1. Choque emocional que é caracterizado pela negação e o torpor.
2. Descrença que caracteriza pela busca e pelo desencontro.
3. Reconhecimento caracterizado pela desorganização emocional que produz culpa, raiva, desabamento e sintomas depressivos.
4. Aceitação caracterizado pela reorganização emocional.
Características de um luto saudável
A pessoa vive sem culpa
A pessoa expressa os sentimentos
A pessoa comparte as emoções/sentimentos
A pessoa elimina as obsessões
A pessoa analisa as consequências do sucedido
A pessoa coloca em prática novas condutas.
Os objectivos do luto
1. Aceitar a realidade da perda
2. Expressar seu próprio luto.
3. Adaptação ao ambiente em que a pessoa que morreu já não se encontra
4. Investir emocionalmente em outras relações
5. A superação do luto
Guisa de Conclusão
Luto é uma perda. Todas as perdas são significativas.
Quando enfrentamos a perda de alguém que amamos sofremos muito. O luto é o preço que pagamos por amar. Contudo, precisamos aprender a que no processo da vida a única coisa certa que temos é a morte. Ela não é um monstro. Não precisamos ter medo de falar sobre ela.
Quando ela chega, deixa um vazio para os que ficam.
É neste vazio que vivemos o luto e precisamos dar significado a ele, para vivê-lo de forma saudável para aprendermos a viver a presença na ausência.
O luto bem feito e incorporado faz com que aprendamos a ter o nosso ser querido sempre presente em nós e através de nós. E mostramos que recuperamos deste vazio quando manifestamos as seguintes atitudes:
Podemos recordar e falar da pessoa amada sem chorar ou mesmo desconcentrar-nos.
Temos a capacidade de estabelecer novas relações e aceitar os novos desafios que a vida nos apresenta.
O luto é um processo e uma fase de nossas vidas. Temos que enfrentá-lo e não permitir que ele permaneça em nós impedindo-nos de continuar à nossa vida.
Espero que possamos aprender a viver o luto e vivê-lo de modo saudável para que possamos continuar vivendo a vida com sentido e também para que possamos guardar os momentos maravilhosos que desfrutamos com aqueles que amamos e trazê-los vivos em nossa memória, alimentando a esperança do nosso reencontro na eternidade.
Foi uma experiência maravilhosa.
Espero e desejo que este pequeno texto possa elucidar algumas questões sobre a temática do luto.
Luto
Vamos falar sobre perdas. Elas fazem parte da nossa vida.
Em tudo há momentos de vitórias e derrotas. Na vida ganhamos e perdemos.
Vamos falar de desporto.
Nossa equipa está a decidir o campeonato. Imaginemos que nós somos um dos atletas. É o momento decisivo e este depende de nós. É a última oportunidade que temos. Fazemos a jogada, falhamos e perdemos.
Quais são os sentimentos que nos invadem? Como reagimos?
Raiva
Culpa
Tristeza
Dor
Expressamos nossas emoções e sentimentos.
Precisamos nos recompor e seguir adiante. Enfrentar o momento, deixar a raiva ou outro sentimento de lado e traçar o objectivo de seguir adiante com a vida. Este processo que vivemos é o nosso processo de luto.
É sobre isto que vamos falar por uns momentos.
O que é o luto?
Como o definimos?
O luto, do latim lugere (chorar), é a dor pela morte de uma pessoa querida: se manifesta com signos visíveis externos, comportamentos e rituais religiosos.
O luto pode ser definido como o conjunto de reacções emocionais, físicas, comportamentais e sociais que aparecem como resposta a uma perda – seja uma perda real ou fantasiosa (um “medo de perder”), seja pela perda por morte ou pela cessação/diminuição de uma função, possibilidade ou oportunidade.”
Luto é o preço que se paga por amar
Quais os tipos de luto que conhecemos?
• Evolutivos: Infância, puberdade, adolescência, emancipação, ninho vazio… os duelos evolutivos da infância, puberdade, adolescência e emancipação não são reconhecidos pelo adulto e não se tem em conta. A criança, o adolescente e o jovem se duelem muito com eles, mas o fazem, regra geral, em solidão.
• Afectivos: separações, divórcios, desprezos… Estes duelos geram muita dor nas crianças e as vezes são muito difíceis de serem elaborados
• Sociais: Os isolamentos sociais, a exclusão do grupo tem um alto significado para as crianças e adolescentes. Provocam muita dor, perda de auto-estima, raiva e medo. Como exemplo de duelos sociais que se dão nos adultos, podemos referir os câmbios de status, o desemprego e a jubilação.
• Pessoais: enfermidade, perda específica de funções laborais, envelhecimento, menopausa, perda de autonomia, desarraigamento.
• Por valores: Perda da fé, da confiança, perda dos ideais, frustração dos projectos…
Processos e as etapas de luto
1. Luto normal – É um processo lento que envolve o ser humano na sua totalidade. Um processo chamado normal é vivido num período que pode chegar a dois anos.
2. Luto antecipado – Ele é vivido pelo doente e por seus familiares. Este ajuda as pessoas a tomarem consciência de tudo o que está acontecendo, e ajuda as pessoas a libertarem seu estado de ânimo e a programarem o tempo ante a inevitável separação pela morte.
3. Luto retardado – Acontece com aquelas pessoas que assumem tudo e não mostram nenhuma emoção. Sua preocupação está em resolver tudo e ajudar os outros. Elas não permitem cuidar de si mesma. Mas uma pequena recordação pode fazer com que a porta seja aberta e a pessoa venha a viver o luto não vivido.
4. Luto crónico – É aquele luto que se arrasta durante anos.
5. Luto patológico – A pessoa necessita de ajuda profissional para viver esta realidade.
Existem quatro etapas no processo do luto. Estas são as seguintes:
1. Choque emocional que é caracterizado pela negação e o torpor.
2. Descrença que caracteriza pela busca e pelo desencontro.
3. Reconhecimento caracterizado pela desorganização emocional que produz culpa, raiva, desabamento e sintomas depressivos.
4. Aceitação caracterizado pela reorganização emocional.
Características de um luto saudável
A pessoa vive sem culpa
A pessoa expressa os sentimentos
A pessoa comparte as emoções/sentimentos
A pessoa elimina as obsessões
A pessoa analisa as consequências do sucedido
A pessoa coloca em prática novas condutas.
Os objectivos do luto
1. Aceitar a realidade da perda
2. Expressar seu próprio luto.
3. Adaptação ao ambiente em que a pessoa que morreu já não se encontra
4. Investir emocionalmente em outras relações
5. A superação do luto
Guisa de Conclusão
Luto é uma perda. Todas as perdas são significativas.
Quando enfrentamos a perda de alguém que amamos sofremos muito. O luto é o preço que pagamos por amar. Contudo, precisamos aprender a que no processo da vida a única coisa certa que temos é a morte. Ela não é um monstro. Não precisamos ter medo de falar sobre ela.
Quando ela chega, deixa um vazio para os que ficam.
É neste vazio que vivemos o luto e precisamos dar significado a ele, para vivê-lo de forma saudável para aprendermos a viver a presença na ausência.
O luto bem feito e incorporado faz com que aprendamos a ter o nosso ser querido sempre presente em nós e através de nós. E mostramos que recuperamos deste vazio quando manifestamos as seguintes atitudes:
Podemos recordar e falar da pessoa amada sem chorar ou mesmo desconcentrar-nos.
Temos a capacidade de estabelecer novas relações e aceitar os novos desafios que a vida nos apresenta.
O luto é um processo e uma fase de nossas vidas. Temos que enfrentá-lo e não permitir que ele permaneça em nós impedindo-nos de continuar à nossa vida.
Espero que possamos aprender a viver o luto e vivê-lo de modo saudável para que possamos continuar vivendo a vida com sentido e também para que possamos guardar os momentos maravilhosos que desfrutamos com aqueles que amamos e trazê-los vivos em nossa memória, alimentando a esperança do nosso reencontro na eternidade.
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