Este texto eu escrevi no dia do falecimento do meu Pai.
Escrevi-o para que fosse lido na igreja no culto de agradecimento pela vida do meu velho.
Sendo assim, desejo partilhá-lo aqui com todos os que me acompanham na caminhada da vida.
Beijos,
Marcos
Hoje, 18 de Maio de 2008 pelas 14 horas, faleceu meu querido pai, Nehemias Coimbra dos Santos. Enfim, meu pai entrou para no gozo do seu Senhor.
Passei dez dias em Manaus. Acompanhei de perto o que estava acontecendo. Todos os dias nos dirigíamos ao hospital era eu quem tinha que falar com os médicos e saber como se encontrava o quadro do papai. Estes dias foram difíceis, mas também foram um tempo precioso que o Senhor nos concedeu.
Sai de Manaus na madrugada do dia 17. Meu voo deveria ter acontecido às quatro da manhã, mas o avião saiu por volta das cinco e quinze. Deixei a cidade com coração agradecido ao Senhor pelo tempo que estive em Manaus. Entretanto, antes da saída de Manaus, acompanhei com os médicos o quadro do meu pai e sabia que este era um quadro irreversível. Eu e meus irmãos entregamos a vida do papai nas mãos do Senhor. Estávamos à espera deste momento, mas quando ele chega, é sempre doloroso. A realidade é que nunca estamos preparados para vivê-lo. Quando vi em meu celular (telemóvel) que tinha várias chamadas não atendidas de minha irmã e de minha esposa, entendi que meu pai havia entrado na eternidade. Liguei para Miriam e depois para Lílian, falei com elas e descansei nos braços do Senhor.
Meu pai foi tudo para mim. Ele foi meu herói e meu bandido. Foi meu ídolo, mas também foi aquele que eu pensei nunca querer seguir. Hoje, olho para trás e vejo o quanto ele me influenciou. Sou o que sou pela graça de Deus, mas também sei que muito do que sou foi por causa do investimento do meu pai.
Eu e meus irmãos somos pessoas abençoadas por termos tido um pai como o nosso. Alguém que investiu em nós e nos amou intensamente. É verdade que ele tinha o seu jeito de amar, mas temos a certeza de que fomos amados por nosso querido pai.
Eu tive o prazer e a honra de poder partilhar coisas extraordinárias com meu pai. Quero dizer que tenho orgulho de ser filho do Nehemias. Para mim foi uma bênção muito grande ser filho dele e não só. Quero louvar a Deus pelos seguintes aspectos:
Por ter tido um pai que investiu em minha vida
Por ter sido ovelha do meu pai
Por ter sido pastor auxiliar do meu pai
Por ter sido amigo de meu pai
Por ter sido colega de ministério de meu pai
Meu pai sempre dizia que se alguém quisesse homenageá-lo, que o fizesse em vida e não depois dele ter morrido. Como filhos, procuramos dar-lhe o melhor e homenageá-lo enquanto ele esteve vivo. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para honrar e dignificar o nosso pai e por isso, estamos tranquilos, na certeza de que fizemos o que deveria ser feito. Agora não há mais nada a fazer. Sei que alguns dos que estão presentes neste culto, querem homenageá-lo e reconhecer o trabalho dele em vossas vidas, mas agora é tarde. Já não podem fazer mais nada pelo Nehemias. As palavras e as lágrimas já na fazem sentido. Elas caem no vazio. Elas vão para um saco roto, pois ele não pode ouvi-las. Fazem barulho, mas não tem efeito. É como diz Paulo em 1 Coríntios 13.1, que palavras, meras palavras fazem muito barulho, mas são sem efeito e há muito barulho ecoando aqui. Sei que minhas palavras são duras, mas elas são verdadeiras. Mas não é minha intenção falar dos outros. Quero louvar a Deus pela vida de meu pai e nada além disso.
Meu querido amigo, colega, conselheiro, pastor e acima de tudo pai, foi amigo de todos. Sempre ajudou e acolheu a todos. Tinha o coração do tamanho do mundo. Seu jeitão era muito especial. Não mandava recados, dizia o que havia para dizer e ponto final. Mas verdade seja dita, sempre o fez com amor e sempre o fez por desejar o melhor para seus irmãos. Ele foi um exemplo de homem e de pastor, e digo que a ordem dos pastores ficou mais pobre. Ela não perdeu um pensador, não perdeu um teólogo, mas perdeu um servo de Deus que dedicou sua vida à igreja.
Meu pai partiu para o Senhor, resta-nos a saudade e a dor da separação. Mas como disse Davi quando da morte de seu filho, eu também digo: "eu irei a ele". É verdade, eu irei encontrar-me com ele. Meu pai está na presença do Senhor. Ele agora já não sofre e o Senhor já enxugou dos seus olhos toda a lágrima. Ele está com um corpo incorruptível e há de chegar o dia que estaremos juntos novamente para louvar o Senhor em espírito em verdade.
Meu pai, obrigado pelo amor demonstrado. Obrigado por nos ter dado um nome e acima de tudo, nos ter ensinado a ser pessoas que cresceram a saber o que é integridade, porque foi este o teu padrão de vida.
Até breve meu querido pai.
Marcos Amazonas dos Santos
São Paulo, madrugada do dia 19 de Maio de 2008
Escrevi-o para que fosse lido na igreja no culto de agradecimento pela vida do meu velho.
Sendo assim, desejo partilhá-lo aqui com todos os que me acompanham na caminhada da vida.
Beijos,
Marcos
Eu irei a ele
Hoje, 18 de Maio de 2008 pelas 14 horas, faleceu meu querido pai, Nehemias Coimbra dos Santos. Enfim, meu pai entrou para no gozo do seu Senhor.
Passei dez dias em Manaus. Acompanhei de perto o que estava acontecendo. Todos os dias nos dirigíamos ao hospital era eu quem tinha que falar com os médicos e saber como se encontrava o quadro do papai. Estes dias foram difíceis, mas também foram um tempo precioso que o Senhor nos concedeu.
Sai de Manaus na madrugada do dia 17. Meu voo deveria ter acontecido às quatro da manhã, mas o avião saiu por volta das cinco e quinze. Deixei a cidade com coração agradecido ao Senhor pelo tempo que estive em Manaus. Entretanto, antes da saída de Manaus, acompanhei com os médicos o quadro do meu pai e sabia que este era um quadro irreversível. Eu e meus irmãos entregamos a vida do papai nas mãos do Senhor. Estávamos à espera deste momento, mas quando ele chega, é sempre doloroso. A realidade é que nunca estamos preparados para vivê-lo. Quando vi em meu celular (telemóvel) que tinha várias chamadas não atendidas de minha irmã e de minha esposa, entendi que meu pai havia entrado na eternidade. Liguei para Miriam e depois para Lílian, falei com elas e descansei nos braços do Senhor.
Meu pai foi tudo para mim. Ele foi meu herói e meu bandido. Foi meu ídolo, mas também foi aquele que eu pensei nunca querer seguir. Hoje, olho para trás e vejo o quanto ele me influenciou. Sou o que sou pela graça de Deus, mas também sei que muito do que sou foi por causa do investimento do meu pai.
Eu e meus irmãos somos pessoas abençoadas por termos tido um pai como o nosso. Alguém que investiu em nós e nos amou intensamente. É verdade que ele tinha o seu jeito de amar, mas temos a certeza de que fomos amados por nosso querido pai.
Eu tive o prazer e a honra de poder partilhar coisas extraordinárias com meu pai. Quero dizer que tenho orgulho de ser filho do Nehemias. Para mim foi uma bênção muito grande ser filho dele e não só. Quero louvar a Deus pelos seguintes aspectos:
Por ter tido um pai que investiu em minha vida
Por ter sido ovelha do meu pai
Por ter sido pastor auxiliar do meu pai
Por ter sido amigo de meu pai
Por ter sido colega de ministério de meu pai
Meu pai sempre dizia que se alguém quisesse homenageá-lo, que o fizesse em vida e não depois dele ter morrido. Como filhos, procuramos dar-lhe o melhor e homenageá-lo enquanto ele esteve vivo. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para honrar e dignificar o nosso pai e por isso, estamos tranquilos, na certeza de que fizemos o que deveria ser feito. Agora não há mais nada a fazer. Sei que alguns dos que estão presentes neste culto, querem homenageá-lo e reconhecer o trabalho dele em vossas vidas, mas agora é tarde. Já não podem fazer mais nada pelo Nehemias. As palavras e as lágrimas já na fazem sentido. Elas caem no vazio. Elas vão para um saco roto, pois ele não pode ouvi-las. Fazem barulho, mas não tem efeito. É como diz Paulo em 1 Coríntios 13.1, que palavras, meras palavras fazem muito barulho, mas são sem efeito e há muito barulho ecoando aqui. Sei que minhas palavras são duras, mas elas são verdadeiras. Mas não é minha intenção falar dos outros. Quero louvar a Deus pela vida de meu pai e nada além disso.
Meu querido amigo, colega, conselheiro, pastor e acima de tudo pai, foi amigo de todos. Sempre ajudou e acolheu a todos. Tinha o coração do tamanho do mundo. Seu jeitão era muito especial. Não mandava recados, dizia o que havia para dizer e ponto final. Mas verdade seja dita, sempre o fez com amor e sempre o fez por desejar o melhor para seus irmãos. Ele foi um exemplo de homem e de pastor, e digo que a ordem dos pastores ficou mais pobre. Ela não perdeu um pensador, não perdeu um teólogo, mas perdeu um servo de Deus que dedicou sua vida à igreja.
Meu pai partiu para o Senhor, resta-nos a saudade e a dor da separação. Mas como disse Davi quando da morte de seu filho, eu também digo: "eu irei a ele". É verdade, eu irei encontrar-me com ele. Meu pai está na presença do Senhor. Ele agora já não sofre e o Senhor já enxugou dos seus olhos toda a lágrima. Ele está com um corpo incorruptível e há de chegar o dia que estaremos juntos novamente para louvar o Senhor em espírito em verdade.
Meu pai, obrigado pelo amor demonstrado. Obrigado por nos ter dado um nome e acima de tudo, nos ter ensinado a ser pessoas que cresceram a saber o que é integridade, porque foi este o teu padrão de vida.
Até breve meu querido pai.
Marcos Amazonas dos Santos
São Paulo, madrugada do dia 19 de Maio de 2008
Comentários
Adorei o q vc produziu. Retrata com fidelidada a maneira do titio ser. Ele realmente ajudou muito a todos nós, digo isso pela minha família. Não esquecerei dele e nem tampouco da titia q continuo a sentir saudades do jeito dela todo especial. Deus continue a te abençoar e nutrir essa árvore (vc) com tudo que Ele tem de especial para q possas ser um multiplicador de suas VERDADES. Me sinto bem em falar com vc.
Te amo primo,
Bjs.