Celebrar o amor. Não um amor barato. Não o amor sentimento. Celebrar o amor verdadeiro. O amor atitude. Sim, porque o amor é uma atitude positiva em relação ao outro e isto podemos ver espelhado nas vossas vidas.
O verdadeiro amor exige esforço. Exige entrega. Como escreve Paulo, ele tudo suporta. Ele tem a capacidade de vencer as adversidades e com certeza que no decorrer destes cinquenta anos elas foram muitas. Estamos aqui celebrando o amor que perdoa. Sim, porque sem o perdão o amor não vence. Para ser amor, o verdadeiro amor, o perdão deve estar presente e na trajectória da vossa vida o perdão foi uma realidade presente.
Estamos reunidos aqui com alegria, mas também com admiração. Estamos aqui celebrando o amor, mas também reconhecendo que tendes sido um exemplo para nós. Exemplo sim, pois num mundo que relativizou tudo, que banalizou as relações e a mídia valoriza as separações dos ditos famosos que mudam de relacionamento como quem muda de roupa, podemos olhar-vos e ver a firmeza e o valor de um compromisso. É verdade que manter-se firme não vira notícia. Não se publicita nos jornais, a televisão não noticia, mas saibam que necessitamos deste exemplo. Precisamos cada vez mais de pessoas que honrem seu compromisso.
Cinquenta anos. Muitas lutas, dificuldades, provações, mas como diz uma canção «o Senhor tem livrado delas os seus servos fiéis.» Esta é a celebração renovação de votos. É dizer que começariam tudo outra vez. É poder afirmar a cada um que aqui se encontra que o amor maduro, o amor que não é paixão, o amor que valoriza o ser e se entrega de modo incondicional triunfa sempre. Sim, podemos utilizar o jargão que diz que no final o bem triunfa sobre o mal. O amor triunfa porque como diz a Escritura: Deus é amor.
Estamos aqui reunidos para comprovar e reconhecer que sois um. É isto que nos diz a Palavra de Deus. Quando homem e mulher se unem através do casamento deixam de ser dois e passam a ser um. Este um que celebramos hoje aqui é visto na vida dos vossos filhos, eles reflectem esta realidade, mas também na vossa história de vida. E esta história é belíssima, pois podemos ver todo o projecto de Deus nela. A vossa vida manifesta a graça de Deus, mostra-nos o projecto inicial de Deus, pois o homem e a mulher deveriam caminhar lado a lado e a mulher seria a ajudadora e como Ila o ajudou. Ela foi incansável na cooperação, na provisão de apoio ao sustento em todas as áreas.
Estamos reunidos aqui para festejar o triunfo do amor. Amor que não desiste. Amor espelho do amor de Jesus por nós, pois o apóstolo Paulo afirma que a igreja é a noiva do Senhor. O nosso Senhor Jesus se entregou pela sua amada. Desta mesma forma o José, porque não dizer o Zeca meu, ou melhor o Zeca teu Ila, pois ele se entregou a ti.
Estamos aqui celebrando o amor. O amor que já foi cantado tantas vezes e que tu meu querido José tantas vezes transportastes nas muitas cartas que levaste em teu trabalho. Sim, já imaginaste que levavas cartas de amor?
E tu meu querido José escrevestes cartas de amor para tua querida Ila?
Sabes o que disse o grande poeta sobre as cartas de amor?
Ele disse o seguinte:
Todas as cartas de amor
são ridículas.
Não seriam cartas de amor
se não fossem ridículas.
Também escrevi, no meu tempo,
cartas de amor como as outras,
ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
têm de ser ridículas .
Quem me dera o tempo,
em que eu escrevia
sem dar por isso, cartas de amor ,
ridículas.
Afinal, só as criaturas
que nunca escreveram Cartas de amor
É que são ridículas…
Ila e José, as cartas de amor por mais ridículas que sejam, elas falam da essência do ser. Não sei quantas cartas tendes trocado no decorrer da vossa vida. Hoje nós estamos aqui reunidos para ler a mais bela carta de amor e esta carta não está escrita em papel, mas nas vossas vidas. Sois carta viva. Sois uma bela carta de amor que nos diz que vale a pena sonhar e viver a vida a dois.
Cinquenta anos se passaram. Eles reflectem uma humanidade madura. Fruto do compromisso assumido, da palavra empenhada, da promessa feita e que deve ser cumprida. Aliás, como diz Kushner: “Manter uma promessa é mais que simplesmente manter a sua integridade. É mais do que fazer aquilo que faria. É um sinal de que reconhece a imagem de Deus na outra pessoa, ao levar a sua obrigação para com essa pessoa tão a sério como leva a sério o seu próprio bem-estar.” Vosso bem-estar é fruto da imagem de Deus reflectida no outro. É fruto do amor de Deus que habita em vós e flui de vós preenchendo-vos e por isso, hoje estamos aqui a celebrar o vosso amor e compromisso.
José de Oliveira Amazonas e Ila Ferreira Amazonas, nós estamos aqui para dizer-vos muito obrigado pelo exemplo que tendes sido para cada um de nós e por provar que vale a pena investir a nossa vida em uma relação sincera.
Cinquenta anos com alegrias, tristezas, sorrisos e lágrimas, mas acima de tudo cinquenta anos de amor. E nós nos reunimos aqui para juntos celebrarmos este amor.
Parabéns!
José Régio tem um poema que me revejo cada vez mais nele. “Não vou por aí”. Confesso que esta é a declaração que faço para alguns que se dizem líderes religiosos, mas que não passam de comerciantes da fé. É impressionante o marketing que é feito e como há gente que aceita e segue os que se apresentam com títulos, ou até mesmo, que rasgaram o título e desejam apenas ser tratados por seus próprios nomes. Não vou por aí. Não sigo ideias malucas e promessas de prosperidade, onde apenas os líderes enriquecem, e o simples membro continua com sua vida regrada, apertada, para não dizer com a corda no pescoço. Não dá para seguir quem promete bênçãos e vende a fé e viaja em jato privado que está no nome da igreja ou de uma instituição, mas o membro comum não tem o direito de sequer entrar no tal avião que afinal, é da instituição que ele é membro e sendo assim, também um dos que tem direito de usufruir de tal bem. Não vou por aí e não tem como ir. Não dá para seguir líderes que tentam de
Comentários